sábado, 2 de fevereiro de 2008

Quando o Carnaval chegar


E chega fevereiro com sua fervorosa apelação à excitação dos sentidos e ao prazer exagerado. A ordem do discurso é o hedonismo, o sexo, a alegria descontrolada e o desbunde. Tudo é perdoado porque é carnaval e teremos uma quarta-feira de cinzas para expurgar os pecados cometidos deitado o dia inteiro de ressaca.

Quando criança, acreditava que tinha a obrigação de cair na folia porque era meu destino. Havia nascido em plena terça-feira gorda e poderia ser amaldiçoado se não cumprisse com minha obrigação de folião. E durante um bom tempo, saía em busca de um auê desesperadamente.

Mas, depois de tudo que minha memória evoca quando penso na palavra carnaval e das tosquices e raladices que já fiz antes mesmo de ser tosco e ralado é que tenho revisado meu destino momesco.

Vou aproveitar a ocasião e fazer uma lista das raladices que já comenti mascarado de magricela gengivudo. Assim, quando eu pedir pra São Pedro (que aqui no Maranhão gosta mais de folia de São João do que de Carnaval) abrir as portas do céu pra eu poder entrar, já terei tudo organizado para o pagamento das minhas indulgências. Então, vamos lá!

1 - Ter pulado carnaval com a mesma roupa de fofão (personagem do carnaval maranhense) durante quase toda a infância;

2 - Ter praticado incessantemente todas as coreografias de axé, pagode, lambada, forró, merengue e qualquer merda que aparecia de novo na mídia, inclusive tendo alcançado o posto de “puxador” de coreografias;

3 - Ter praticado a lascívia e a luxúria por uma questão de obrigação carnavalesca de beijar ou trepar com alguém no carnaval;

4 - Ter corrido atrás de vários trios elétricos, mesmo fora da época de carnaval, nas micaretas, tendo sido pisoteado, estuprado com dedadas na bunda típicas de aglomerações, atacado com Maisena (farinha de mandioca usada em mingaus e como arma durante folias e brincadeiras no Maranhão), vinho, vômito e outras nojeiras;

5 – Ter aparecido num programa de televisão local dançando em destaque uma coreografia ridícula da música “Nana Banana” da banda Chiclete com Banana;

6 - Ter me embriagado na presença de estranhos, recém-colegas, e quase ser linchado por ter jogado feijão quente na mulher de um amigo;

7 - Ter beijado loucamente e publicamente a mulher mais feia do grupo de amigos de um carnaval da vida;

8 - Ter subido com amigos num palco de rua, morto de bêbado, pra cantar marchinha de carnaval ridiculamente desafinados, sujos e desengonçados;

9 - Ter vestido vários calções minúsculos, apertados e camisetas coloridas chamadas de abadas e ainda por cima gastado um dinheirão pra me esfregar num monte de gente bêbada e alienada cantando refrão de axé até ficar surdo;

10 - Ter admitido ter feito tudo isso na maior cara de pau e criticar fervorosamente quem o faz hoje!

Espero que São Pedro me compreenda e não cobre muito caro pelas minhas indulgências, porque meu passado me condena!

Agora vou sair rapidinho porque vou orar por todos vocês no culto da pastora pós-moderna BABY DO BRASIL!


Bom carnaval a todos! Usem camisinha!

\oo/

4 comentários:

Luana! disse...

Ufa!
Olhei a foto da Baby e pensei q tu tivesse feito um post sobre o culto. Eu quero fazer...hihihi
Ei, eu sei todos os detalhes sórdidos do item number seven...Tsc tsc...
Vem cá, meu filho! Eu já te disse que teus arquivos midiáticos te condenam?

ahahaha

Polyana Amorim disse...

hushaushausau

depois, depois...

Simone Cristina disse...

kkkkk!!! Tu ainda pensa q vai pro céu?

Nana disse...

HAuahuahua adorei! Eu sempre digo que os homens usam carnaval como desculpa pra se vestir de mulher e as mulheres pra colocar o minimo de roupa e dizer que é fantasia... e ambos, claro, pra encher a cara e a cabeça dos parceiros de gaia. Por isso eu soh gosto do maracatu, caboclinhos, shows, essas coisas edificantes ;)
Eita teu nilvi ta chegando? Qdo eh??
Bjs!!

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