Interatividade, é ou não é?

Em uma das infernais e interessantíssimas reuniões plenárias, que frequento semanalmente, eis que tive o ápice do meu esgotamento. Era uma palestra com um consultor empresarial, cujo tema seria algo relacionado ao sucesso empresarial. Logo que o avistei de boné eu pensei: "Essa palestra vai ser ralada!". Não que eu seja contra a quebra de protocolos, até porque eu não sou RP, mas, simplesmente, meu senso de tosquice aspirou foi certo o clima que se instauraria em instantes por aquele ser estranho, que lembra alguém que eu não sei quem. Só sei que é de algum filme, mas como eu não sou boa para citar nome de nada...não lembro e pronto, oUras!

Mas sim, prosseguindo...O auditório estava relativamente cheio, o presidente da sessão de paletó e gravata e os demais olhando para o palestrante, como se ele fosse, literalmente, gênio da lâmpada do Aladim e fosse dar a fórmula para o sucesso empresarial. De repente, ao soltar os dois primeiros períodos da sua fala vem um tal de É ou Não é?!? Normal, se ele não fosse tão insistente com esse tal de É ou Não é?!? esperando a resposta de um público que já sabia que ERA e pronto, portanto, nada respondia.

Após uma palestra tosca de uma hora e meia (ô, RPs!), todos já estavam de boquiaberta com a tão esperada fórmula do sucesso empresarial: É ou Não é?!? Eu mesma já estava querendo gritar e vi pela cara do presidente o arrependimento em ter gasto (obviamente) pilas e pilas com um cara que Não era porra nenhuma. Ele parecia um dos meus entrevistados que ficam do outro lado da linha esperando algum ruído meu para perceber que estou dando atenção: "Né?!" E eu sendo obrigada a dizer: "Unrum!"

Ao final da tortura...ops...da palestra, a minha obrigação era a de entrevistar o novo indicado para o Prêmio Nobel e ele vira para mim e diz: "Tenho que falar mais ainda?" (¬¬') E eu: E não é?!?

Luana Diniz

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