sábado, 28 de julho de 2007

Viver para quê, se meu destino é morrer?

Qualquer assunto debatido surge no meandro de algo problematizador. O assunto que vou tentar expor aqui não é discutível, mas é pensável sim. Aliás, pensar sobre ele, para alguns, é deprimente; mas, para outros, é uma pauta bastante natural, afinal o objeto desse pensamento é inerente à existência humana. Existência? Não, não. Morte! Sim, sim...a existência da M-O-R-T-E.


Certamente, qualquer leitor desse texto já se deparou com a perda de alguém, mesmo estranho, e sentiu um calafrio ao ter, por alguns minutos, a idéia da catarse corporal e espiritual. Eu, nesta semana, conversei com duas pessoas diferentes sobre a morte. A primeira me disse que andava pensando com bastante pavor sobre a perda de entes queridos (natural) e a segunda me falou sobre uma parente doente e chegamos à discussão sobre a forma que a morte chega a algumas pessoas, como se fosse uma cruz injusta para ser carregada. Durante a conversa, lembrei algumas coisas que refleti durante a leitura do livro As Intermitências da Morte, do escritor português José Saramago.

O final do livro tem como protagonista, claramente posta, a morte por meio de uma efabulação surpresa. Mas acredito que até a página 150 a narrativa muitíssimo bem construída por Saramago a morte ainda não é trivialmente o centro, embora ela seja o ponto de partida para os desenlaces. Na minha opinião, o tópico central do texto é a temerosidade a desejada eternidade. Contraditório seria essa construção, se não fossem as intermitências e as situações, juízos e sentenças consequenciadas pela morte da morte. No enrendo, o autor destrincha os interesses escusos de poderes institucionais falseados com a existência da morte.

Deixando um pouco o enredo de lado (não vim Saramaguear aqui), me atenho à relação que fiz entre as minhas conversas e a leitura da obra. A suposta existência eterna é concebível, para nós, sob o âmbito religioso, e não efetivamente no plano terreno. Sendo que o temor da morte se confunde exatamente com o desejo de permanecer vivendo, mesmo que a vida não seja uma das sete maravilhas do mundo. Mas imagine se, de repente, não fosse mais possível morrer e tivesses que viver para sempre (?)! O que você pensa? É uma pergunta antagônica àquela proposta por Paulinho Moska: "O que você faria se só te restasse esse dia?" Nenhum dos casos é seriamente pensado por qualquer um de nós, a não ser a última da canção por um paciente terminal, que, ainda assim, se sente confuso e perdido, como se o quê tivesse para realizar em 24 horas não valesse todo o tempo já vivido.

Para mim, ficou, logo, a primeira questão e eu cheguei à conclusão que meu destino é morrer, exatamente, para fazer valer à pena a vida que construo. Isso embasa a pressão do tempo em nos empurrar para os desafios críticos e dispendiosos, onde a inércia é uma vilã do processo de morte vital.

E, então? Viver para quê, se teu destino é morrer?
Luana Diniz
vivendo para viver e para morrer

3 comentários:

Anônimo disse...

Sabemos que nosso destino é morrer.
Mas morrer aqui, no sentido físico, deteriorar nosso corpo.
Eu prefiro que meu detino não seja a morte, mas a eternidade.
E ela existe e nos torna imortal atavés dos outros.
Mas como? como ser imortal?
Ora brócolis... se utilizando da mais famosa arma contra a morte: A MEMÓRIA!
Afinal, como é que poderia hoje manter uma relaçaõ fiel à Elis Regina, mesmo sabendo que seu corpo acabou um mês antes d'eu nascer?
Como admirar Fernando Pessoa, se hoje ele nem deve ter ossinhos?
Eu prefiro que meu destino seja a imortalidade na memória coletiva das pessoas. E de forma luxuosa, através da mihha produção ou dos filhos que eu tiver...
Então, ao invés de filosofar sobre um futuro mórbido, vamos escrever um livro, gravar um CD, criar uma ONG, salvar as formigas carnívoras da Tanzânia, promover a paz!

Luca disse...

Acho que já estamos escrevendo a nossa stória, neh, Albert?!?
Concordo contigo! Estaremos na posteridade por meio dos nossos feitos, portanto, que naum vacilemos na maionese e que sejamos impares nas nossas conquistas!!
Eu já plantei um pé de feijão, a tecnologia está me proporcionando escrever um livro [é só compilar todos os textos e encadernar], só falta ter um filho..
Queres ser o pai??

Anônimo disse...

ouw que merda eh essa vai toma no cu!!

se liga nessa
sabe pq eu nunca vou morrer?

pq eu estou terminando de criar O HOMEM BIOLOGICO ou seja ele nunca vai morre ai quando eu pasar minhas memorias para a maquina pode ser que meu corpo natural fike um vegetal mas o meu outro vai viver para sempre pense nisso meu rapaz

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