quinta-feira, 12 de julho de 2007
Um furacão...
Quem vê ou imagina esse cenário, pensa consigo mesmo: "Nossa! Passou um furacão por aí?" A resposta vai ser afirmativa: "Sim, sim. O furacão foi uma menina com os olhos enebriados pela coragem, mas com o coração rasgado pelo medo." O furacão que sempre passa por este quarto (sim, já deu de perceber que é um quarto, né?!) passa feito um furacão. Não vive lá, mas mora lá. Os sonhos são secretamente amaciados pelo travesseiro, único cúmplice que recolhe todas as mágoas, as alegrias e os pensamentos sem repugná-los.
O furacão adora mudar e, na maioria das vezes, olha para trás e fica satisfeito com os es-tragos que traz consigo na lembrança remota. E os estragos também são deliciados com um sopro leve de vitória. No entanto, nada arranca do seu seio o medo de tentar novos es-tragos, que podem se tonar estragos. Certamente, porque é natural do furacão ter estragos como rastros. Ou talvez, porque ele não seja tão ciente da sua capacidade de fazer es-tragos.
Enquanto ele divaga sobre a existência da sua capacidade, as coisas vão acontecendo e o empurrando para os desafios, mesmo que ele não aprove todas as mudanças. É como se o mundo dissesse a ele que não importa o medo que ele tenha dentro de si, importa sim ele arriscar e tentar rastros menos impetuosos e mais solidificados. E nesse vão muito estreito entre o divagar e o arriscar, em que reside o medo, não cabe a parada, mas o sinal de avance, arrisque, es-trague ou estrague, mas faça.
Marcadores: existência
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