domingo, 13 de maio de 2007

O mal vem do homem e não das máquinas!


Instigada a alimentar o ego da virtualidade, em detrimento ao post anterior em que a mesma foi escrachada como mero modismo exacerbado, cujo intuito é enfeitiçar e tornar-se o pão e circo de pessoas sem perspectivas culturais, filosóficas ou, ainda, pessoais, penso que o post que lês agora nada mais é que uma discussãozinha banal, já que teóricos, comunicólogos, tecnólogos, sociólogos, filósofos e até psicológos já o discutem com intensa argumentação.

Eu, no mais, não sou nenhuma expert de quaisquer áreas citadas acima, mas como 'objeto desse mal-do-século', penso que os atuais meios de comunicação, com toda as suas implicitudes, com todas as suas faces não vêm deturbar o ser pensante que somos, afinal de contas, eles têm mais a contribuir sim, do que a degenerar, uma vez que o leque de instrumentos da culturalização são inumeráveis ao passo do concebimento do homo sapiens. O pensar, logo existir, advertido por Descartes, foi uma constatação que o homem cria antes, mas esse criar não significa prioritariamente ser dominado por suas criações.

Se fulano não desliga a TV e assiste ao Big Brother, um enlatado, com meros objetivos comerciais, não é porque ele seja um alienado, mas porque aquele programa, criado por um humano condiz com a sua realidade. A psicologia explica isso.

Se beltrano usa o orkut como uma nova forma de sociabilidade, quem é você, que está a estas horas no MSN, mantendo contato com A, B, C ou D, para dizer que beltrano está errado? Só porque lá no orkut, ele troca mensagens (scraps) com pessoas diferentes, de outros lugares, com outras culturas, com outros pensamentos? E você não está fazendo o mesmo, pelo MSN?

Sicrano não perde a sua essência humana, simplesmente, porque ele mantém na virtualidade um contato que ele não mantém na vida real.


Pierre pode ser considerado um louco, pelo otimismo exacerbado proferido sobre a era das tecnologias comunicacionais, mas aquilo que ele já proferia, no ano 2000, está comprovado atualmente. As tecnologias não dominam o homem, o homem quem domina as tecnologias, (re) transformando as perspectivas pelas quais elas devem ser encaminhadas.

Ser adepto da teoria de que o homem apenas reage, sem ao menos refletir é reavivar a teoria hipodérmica, em que o telespectador era tido como um MERO telespectador. Eu sou adepta da teoria de que refletimos tanto que estamos sempre reinventando as tecnologias. Não são elas quem nos dominam, mas nós, tais homo sapiens, quem as maleficiam.


Luana Diniz

5 comentários:

Luca disse...

A única coisa que eu queria que você acordasse (mas não é obrigatório) é que a virtualidade não minimiza a criticidade.
Claro que não devemos aceitar, comodamente, aquilo que nos é IMPOSTO e ,exatamente, quando reagimos (cada um a sua maneira) é que demonstramos o quão críticos somos.
E, se o mundo não é só de celulares, de tvs digitais e etc e tal,que ficam imperando sobre nós, eu concordo. Só acho que não podemos negar que a era que se desenha há algum tempo é tecnológica, digital. Isso tudo é fato. Não deixar imperar é algo distoante de vir a negar que as novas tecnologias já fazem parte da nossa vivência cotidiana e que não podemos apagá-las, como se apaga uma conta no orkut. Podemos sim combater seu mau uso...Afinal, ainda, somos homo sapiens!!!

Luana Diniz

Polyana Amorim disse...

não nego! realmente o homem faz a coisa. mas, ele deixa essas coisas subirem a cabeça e acaba perdendo o controle, o domínio. A partir do uso maléfico(assim citado por vc)que ele faz das tecnologias.
Sei q não sou uma pessoa q vive sem algum desses recursos tecnológicos. Sim! vejo tv, acesso internet, converso com pessoas pelo msn...mas, eu enxergo a realidade em que vivo, sei onde piso. não digo que vejo tudo claramente, mas saí da minha posição de comodismo. Sei que já não estou mais junto de todos, estou numa posição crítica e isso não é fácil. tudo fica difícil quando se pára de aceitar e aguentar, simplesmente. Minha vontade é compartilhar essa descoberta com meus amigos. No entanto, vejo q naum dá. Eu mostrei o caminho, minha idéia, aquilo que acredito e que não é passageiro! Quando brinco com essa história de buscar Zion, é pra mostrar que o mundo de hoje naum é só de celulares, tvs digitais, novelas, talkshows...o mundo pode ser mundo sem essas coisas imperando em nossas vidas. só estou mostrando uma alternativa.

Polyana Amorim

Unknown disse...

Eu tb acredito que não é pq o carinha ver tv é considerado um ser inferior. Eu, particularmente, vejo sempre que posso. Somos comunicadores, precisamos saber o que está acontecendo, o q faz a cabeça das pessoas. Enfim, entender um pouco de tudo e condenar quem ver o BBB por exemplo, é babaquice. Beijos, adorei o espaço

Thiago Lima disse...

Analisando os comentários, acredito que não devemos encarar o assunto do ponto de vista de um embate entre homem e tecnologia, ambos agindo como algozes numa eterna luta para ver quem predomina. Diferentemente, temos que nos prender ao subjetivismo humano e aceitar a idéia de que vivemos num mundo de interpretações. Nesse mencionado contexto, como nos ensina Foucault, a liberdade do homem apenas existe na medida em que ele se assume intérprete. E se não interpreta, corre o risco de ser interpretado, e aí será apenas uma marionete no interior do jogo violento das interpretações. Portanto, tudo parte do homem e sua capacidade interpretativa. Tv digital, internet, sites de relacionamentos, são signos de caráter genérico, com lacunas a ser preenchidas por cada um de nós. A recepção, interpretativa ou não, por parte do homem, baseada em valores vivenciados, com relação a esses signos, é que vai determinar a sua liberdade ou a sua submissão.

Anônimo disse...

aparentemente os dizeres seguem um raciocínio lógico mas acredito que os grandes líderes; os ventrilocos da comunicação, entretêm não só um o já quase extinto mundo ocidental com quinquilharias do oriente que nunca ousariamos avaliar os significados mas domimam o mundo todo com um mecanismo que se camufla com o nome de globalização.

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