domingo, 27 de maio de 2007

O Lixeiro e a Porquinha


Numa vilazinha da cidade de São Luís, uma fato novo aconteceu. Na vila, também chamada de Cidade Operária, mora uma distinta senhora que cria e mima uma porquinha.


A porquinha se chama Luana e é uma graça. De tão bem cuidada, a porquinha vive exibindo seus dotes físico cheios de gordura e sua graciosidade ao arrotar em público. Desde cedo, aprendeu a conviver com sua realidade de porca e foi muito bem educada. Sua família queria mostrar a todos o quanto a porquinha Luana poderia chegar longe e vencer as barreiras dos preconceito.


Então, a porquinha foi a luta e decidiu que seria uma porquinha-jornalista! Ela sentiu a necessidade de falar em nome dos chiqueiros de todo o mundo. Porém, precisaria se adequar em determinados ambientes se disfarçando de mulher peituda para que não fosse discriminada por ser porquinha.


Prestou vestibular, conseguiu ser aprovada no curso de Jornalismo da Ufma e já está quase se formando. A porquinha logo fez boas amizades. No início, estranhavam alguns comportamentos que ela tinha: ruídos, grunhidos, gritinhos... e estranhavam também a sua forma de andar meio "lusco-fusco". Seus amigos ainda tentaram lhe chamar a atenção: "Luana, não arrasta o pé, não ria alto desse jeito, não dê esses grunhidos na frente das pessoas!".


E Luana teve que se controlar. Mas a sua essência porquinha não conseguia ficar reprimida. Bastava o consumo exagerado de alguma droga que ela se libertava. Vomitava logo nos colegas, falava em grunhidos, gritava eufórica, se jogava no próprio vômito com saudade da lama que lhe é tão necessária...


Seus amores nunca a entendiam por completo. No começo, se encantavam pelo seu jeitinho excêntrico, mas acabavam percebendo um algo mais que sempre se remetia ao chiqueiro, sua essência.


A porquinha Luana então passou a concentrar melhor suas investidas amorosas, até que um dia, o mundo se tornou perfeito. Seu par existia e ela não estava mais sozinha.


Num belo dia, avistou em meio aos arbustos do prédio de sua faculdade, um ser que tinhas seus mesmos gostos e comportamentos. E o que é melhor: reunia tudo num só espaço: o lixo.


Seu amor se chama lixeiro e vive passeando pelos corredores da Ufma com um cordãozinho de R$1,99 como forma de diferenciação em meio ao seus companheiros de lixão.


Ao vê-lo, a porquinha não se conteve e passou a seguí-lo por onde quer que ele fosse. Se jogava na frente da vassoura dele para chamar a atenção. Andava quilômetros de corredores entre prédios da Ufma só para ver se tinha a chance de encontrá-lo frente a frente. Sentiu grande emoção ao perceber que ele era vaidoso e tinha pintado seus cabelos de ruivo-cor-de-rabo-de-arara! ai, ai...


Mas como a porquinha é danada, não esperou o grande dia. Fez acontecer!


Ao sair do refeitório, onde ela reúne todos os restos de alimentos que ficam grudados nas bandejas dos alunos que já comeram, pra ela poder fazer sua refeição completa, passou pelo corredor em frente à reitoria. Seu lixeiro estava lá e se aproximou. Os amigos da porquinha logo se calaram para perceber melhor que atitude sua amiga teria. Ao passar pelos três, o lixeiro-amante virou-se para porquinha e acenou com a cabeça. Ela, de tanta paixão, logo retribuiu com um estrondoso arroto após uma coca-cola super gelada: "Arrrrrrrrr...".


Seus amigos vibraram por saber que agora a porquinha era feliz por ser porquinha e por saber que tinha a quem dedicar seu amor sujo: o lixeiro-amante.


A moral da história é que não adianta escondermos dos outros nossa verdadeira identidade e o amor que sentimos por alguém. É melhor ser feliz no lixo, do que ser infeliz na capoeira e na virtualidade.


Entenderam?!! haãnnnnnnnnn.........

Este texto fará parte do livro As Fábulas mais fabulosas do fabuloso Alberto Júnior que estará à venda em breve.

5 comentários:

Luca disse...

ANYWAY , the love is beautiful!!

Encontrem qual o animal existe dentro de cada um de vcs e encontrem seus amores, sem pré-conceitos e envergonhamentos.
Hoje, sou uma nova pessoa, uma pessoa mais feliz! O amor modifica, realmente, as pessoas!

Para ajudar meus amiguinhos, com minha experiência ANIMAL, posso dizer que animalzinho há em cada um de vcs:

Alberto é um cavalo, baseado na insensibilidade dele.
Lidiane é uma anta, baseado na falta de auto-estima.
Polyana é...bem, bem...Polyana permanece sendo meu quiabinho lindo!!

;)

Luca disse...

Arrrrrrrrr...



\o/

Anônimo disse...

Sabe o que me assusta?

É não saber até que ponto essas fábulas são ou não verdade...

No mais...

Beijos para os ralados!

Luca disse...

Querido Thyago!
Dragões existem? Não, né?! Mas as características deles são baseados em seres reais, não é?! Então...em outras palavras, vc já ouviu aquele ditado americano "Eu não acredito em bruxas, mas que elas existem, ah, existem!"?

Puseh, puseh!
Tire suas próprias conclusões, que podem ser reais ou surreais!

huhuhu

:D

Anônimo disse...

Alberto, tu esqueceu de dizer que essa fabula é baseada em fatos reais. Gostei, mas faltou um tom de dramaticidadea a trama. Porque tu não falou do Porcão que é apaixonado pela nossa querida porquinha e tenta insistentemente impedir a felicidade dela com o Lixeiro?E pq tu não falou também que ela, como a princesa Fiona de Sherek, sofre com um feitiço?

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