quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Da bolha a gente vê um pouco do mundo...


Para quem ainda tem "O Segredo de Brokeback Mountain" como a história de amor mais moderna do cinema atual, precisa rever seus conceitos. Na verdade, precisa é ir ao cinema mesmo! Em São Luís, Maranhão, mais especificamente no Cine Praia Grande. É, não vou tirar o mérito do "Segredo" por se tratar de um filme hollywoodiano e o filme que será aqui abordado é israelense.

A história é a seguinte: O vendedor de discos Noam, o gerente de um café Yelli e a vendedora de cosméticos Lulu (que não é a lunática...) dividem um apartamento em um bairro descolado de Tel Aviv. O local é o símbolo da "bolha", apelido dado à cidade. O trio leva uma vida comum, sem se preocupar com os conflitos políticos que agitam o país, até Noam se apaixonar por Ashraf, um palestino que conheceu após um acidente no posto de controle de Naplouse.

Bubble (bolha) é um filme que surpreende pela forma como vai descortinando um cenário atual e pouco abordado no cinema sobre o conflito entre palestinos e israelenses e como isso se dá no cotidiano em Tel Aviv. Política, sexo, preconceito, tabu, religião, comportamento... tudo é discutido de forma despreendida e envolvente. Afinal, envolvente mesmo é o romance entre os personagens principais.

O primeiro ponto que destaco é a amizade entre os três jovens que se respeitam e se amam como uma família libertária, que além da diversão, compartilham experiências e carinho explícito. Outro ponto é a abordagem sem estereótipos de uma relação amorosa entre dois homens. Um deles, militar, o outro, mulçumano.

A história revela uma Tel Aviv moderna e globalizada, com direito a programas de tv como Big Brother e Ídolos (versão israelita), além da trilha sonora envolvente, com direito a muitas audições de Bebel Gilberto.

Das cenas iniciais fortes na zona de fronteira da cidade, onde fica explícito o ódio entre as duas tribos (palestinos e israelitas), o filme segue para o cotidiano comum a todo jovem em qualquer parte do mundo: música, diversão, paqueras, trabalho, rave's...

A presença de Ashraf de incômoda passa a ser bem quista por conta da relação já instaurada com Noel. Mas Ashraf não sofre só porque é um palestino ilegal em Tel Aviv. Ele também é gay, sua família mulçumana está em festa pelo casamento de sua irmã com um dos líderes do Hammas. E tal casamento terá como conseqüência o noivado dele com a irmã de seu novo cunhado. Ele não pode assumir sua orientação sexual não só por conta da religião, mas também por uma questão cultural. Sua angústia se agrava quando passa a ser observado como um ilegal na cidade.

Mas eu não quero contar todo o filme, claro. Até porque vocês vão assistir, porque os outros ralados também querem tecer comentários e porque são vários os temas que o filme aborda que eu tou com sono pra postar tudo agora.

Encerro aqui com uma das cenas mostradas no filme, no qual o céu é visto metaforicamente como um parque de diversões com duas crianças brincando e felizes. Um local de paz, sem diferenças, sem preconceitos, com a pureza e a inocência de uma criança. Que não se preocupa se você é judeu, brasileiro, branco, preto, vesgo, rico, etc... onde só basta a alegria de viver e conviver em paz.



Alberto Campos Júnior
bubbler

1 comentários:

Luana! disse...

Como Albert disse, o filme está passando no cine praia grande, ou seja, em Saint Louis. Mas penso q qqr pessoa deva procurá-lo, caçá-lo e assisti-lo. É um filme brilhante!

No mais, depois eu continuo comentando...só vim mesmo estrear minha foto no blog...haushausahuahs

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