domingo, 22 de julho de 2007

SOMOS PRECONCEITUOSOS!


A sociedade atual está criando novas aberturas para o diálogo e a melhor convivência dentro da pluralidade que as identidades sociais se apresentam.

Ações afirmativas têm sido criadas com o intuito de reparar anos de exclusão social que a história nos relata. E, nessa nova perspectiva, o preconceito de raça, gênero, cor, credo, orientação sexual e classe é agora um comportamento OJERIZADO pelos cidadãos MODERNOS!


Afirmar-se como preconceituoso hoje é motivo de vergonha e aquele que o assume, acaba sofrendo um novo tipo de PRECONCEITO. O PRECONCEITO de ser PRECONCEITUOSO. Um pouco confuso e redundante, não é?! mas vou tentar me fazer compreender, antes que você já tenha tido o pré-conceito de achar que já estou tomando uma posição a favor ou contra algo. E nada melhor que exemplos para a compreensão de algo...


Caso 1: Estava eu com mais três conhecidos no BAMBU BAR (eita que o merchandising de Helinho já tá chato aqui nesse blog!) e conversávamos coisas triviais. Um dos conhecidos - negro - é militante no movimento negro e faz parte da equipe que elaborou o processo de ações afirmativas do último vestibular da Ufma. Num certo momento, ao contar alguma besteira de mesa de bar, soltei a palavra NIGRINHAGEM de forma inocente. Senti um certo clima de tensão por ter proferido a palavra assim com tanta ênfase. O sensação que tive foi a mesa de quando falamos um palavrão proibido perto de nossos pais e eles nos olham com aquele olhar de "em casa conversamos"! Percebendo o clima, eu pedi desculpas. A pessoa ofendida me explicou porque eu não devia usar o termo e tudo ficou na paz. (eu espero...)


Caso 2: Meu sobrinho de cinco anos está na fase de escolhas e preferências. (gente, não leve para o lado sexual, se bem que nesta fase tudo já está muito bem delineado...). Estávamos eu e minha família todos em casa. Era uma quarta-feira e estava passando na TV uma partida de futebol entre Vasco e Flamengo. Detalhe: na minha família, 99,99% torce para o Vasco. Eu não gosto de futebol, então certamente devia estar lendo alguma coisa na sala para poder fazer parte daquele clima de congraçamento (Obrigado prof. Arnold por ter me ensinado palavras tão bonitas...). Num determinado momento, o Flamengo faz um gol e meu sobrinho, super empolgado, dá aquele grito vibrante: GOOOOOOOOOOOOOOOOOOL! Todos na sala imediatamente deram seus olhares de metralhadora para a inocente criança e o Seo Alberto "o patriarca", dá aquela bronca: "Que é isso, rapaz? naum quero flamenguista na minha casa! Coisa feia! tu tá torcendo pra quem, ora?!". Meu sobrinho não conseguiu ter mais nenhuma reação. Apenas se encolheu, começou a piscar os olhos freneticamente e disse bem muxoxo:"eu disse foi gol do Vasco...." e a partir daí percebeu que não tinha mesmo escolha.



Caso 3: Duas amigas minhas estavam num desses happy-hour´s (que na verdade era apenas uma gazeta da capoeira), e começaram a beber numa mesa do ????? - Bar (vc´s já sabem!). Elas não tinham percebido que a mesa estava ocupada e não demorou muito para o dono aparecer. "Por acaso", eles começaram a conversar sobre um lance de preconceito. Ele - negro - confessou a elas que até certo tempo tinha preconceito com negras. Só ficava com meninas loiras e isso, chocou minhas amigas, sendo que uma delas é negra! (procure nas fotos do perfil deste blog).

Os três casos nos falam de exemplos de preconceito que vivenciamos a todo dia. O "pré-conceito" não deve sofrer, de forma alguma, qualquer tipo de condenação e de PRECONCEITO. Afinal, somos seres humanos sociais. E dentro das relações sociais, observamos aqueles que nos rodeiam e vamos construindo personagens. O pré-conceito é o ponto de partida para uma futura relação, seja afirmando este conceito pré-estabelecido ou negando-o.

Sim, amigos, a primeira impressão sempre fica em nosso inconsciente. Porém, a nossa maturidade e abertura nas relações é que nos mostram que não devemos criar barreiras para com o outro(a).

O problema está em não querer ir adiante e ficar apenas nas suposições sobre isso, aquilo, isto, aquele e aquela. Mas que somos preconceituosos, ah, isso somos sim!


Alberto Júnior - "Por uma vida sem calcinha!" vote Sapa7

6 comentários:

Anônimo disse...

É por isso que eu voto na sapa sete, lá não existe preconceito!

Luca disse...

É como eu costumo dizer: Caralho, todo mundo tem preconceito! Preconceito é subjetivo, naum eh científico!
Então, que naum saiamos dizendo que naum temos preconceito, se somos sociais e políticos e tendenciamos a ter preferêncis..normal! o que naum vale eh tu sair agredindo A, B, C ou D pelo seu imbecil preconceito! sou preconceituosa contra preconceituosos e assim por diante..tenho dito!

Polyana Amorim disse...

que todos somos preconceituosos, isso é sabido...mas, o legal é perceber esse preconceito dentro de si e procurar uma forma de minizá-lo...afinal, nós nunk estaremos salvos das primeiras impressões e eu acredito q elas sempre ficam...entretanto, o fato de eu naum concordar com determinado modo de vida de fulano, de eu naum gostar da cor azul de cicrano ou de naum entender pq beltrano gosta de girafas...naum ker dizer q eu naum possa me relacionar bem com essa pessoa...
o grande lance é saber respeitar...meu vôvis kerido já dizia: se vc ker respeito, dê respeito!

portanto, repseitemos uns aos outros e sejamos felizes!

Davi Coelho disse...

Rapaz, vc fala NIGRINHAGEM e é recebido dessa forma?
Gostei disso não... XDDD
Se esse moço visitar meu blog, serei denunciado à cúpula do Blogger!!!!

Mas falando sério Alberto. Teu texto ta super verdadeiro. Não dá pra ficar dando uma de hipócrita... Todos nós temos preconceitos. O que vale mesmo são os que se esforçam pra saber viver com as diferenças, respeitando a cada um.

Parabéns e Grande Abraço.

Anônimo disse...

Eu pensava q estivesse imune ao preconceito, mesmo pq sempre o combati. Ledo engano!!!

A situação vivenciada por mim aconteceu na UFMA qd fui orientado à procurar o responsável pelo departamento de um outro curso para averiguar a disponibilidade de horários e vagas referentes a certa disciplina. Chegando lá, encontrei um funcionário que logo pensei tratar-se do dito cujo que procurava: homem mais velho, branco, fisionomia calejada e sem a menor perspectiva de futuro ou realização profissional naquele ambiente e q certamente me mandaria voltar outra hora pq a funcionária relapsa designada p o referido assunto tinha faltado, estava tomando cafezinho ou dedicando-se à vida alheia em outro setor.

Qd perguntei se era ele o sr.fulano de tal, o mesmo me respondeu negativamente e, foi qd adentrou a sala o jovem chefe de departamento (não mais que 35 anos), negro, educado e solícito que prontamente me atendeu.

Resumo da ópera: fui traído, felizmente, pela imagem estereotipada do servidor público (federal, estadual e municipal) xexelento, preguiçoso e acomodado tão bem conhecida por tdos nós.

Anônimo disse...

Elí, engraçado isso... como se formam os esterótipos em nossa mente.
Contudo, acredito que os esterótipos são uma imagem social que fazemos dos outros mediantes vivências e experiências adquiridas e repetidas que nos fazem achar que tal situação sempre será a mesma e generalizamos tudo: comportamento, imagens, atitudes, enfim...
mas essa do coordenador do curso foi legal...
Ultimamente muitos têm me perguntado se eu sou seminarista, porque costumo usar sandálias de couro "franciscanas", tenho um jeito polido de me comunicar com pessoas que desconheço ou em situações formais e dizem, tenho cara de padre... vai entender...
O engraçado é que podem me ver bêbado, falando um monte de besteira, rodopiando gestos obscenos num cacuriá que, ainda assim, vão me perguntar:"Tu és seminarista?"
são os estereótipos...

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