sexta-feira, 20 de julho de 2007

O ideal da Amizade [no dia do Amigo?]

A camaradagem, o companheirismo, às vezes, parecem amizade. Os interesses comuns por vezes criam situações humanas que são semelhantes à amizade. E as pessoas também fogem da solidão, entrando em todo o tipo de intimidades de que, a maior parte das vezes, se arrependem, mas durante algum tempo podem estar convencidas de que essa intimidade é uma espécie de amizade. Naturalmente, nesses casos não se trata de verdadeira amizade. Uma pessoa imagina que a amizade é um serviço. O amigo, assim como o namorado, não espera recompensa pelos seus sentimentos. Não quer contrapartidas, não considera a pessoa que escolheu para ser seu amigo como uma criatura irreal, conhece os seus defeitos e assim o aceita, com todas as suas consequências. Isso seria o ideal. E na verdade, vale a pena viver, ser homem, sem esse ideal?


E se um amigo falha, porque não é um verdadeiro amigo, podemos acusá-lo, culpando o seu carácter, a sua fraqueza? Quanto vale aquela amizade, em que só amamos o outro pela sua virtude, fidelidade e perseverança? Quanto vale qualquer afecto que espera recompensa? Não seria nosso dever aceitar o amigo infiel da mesma maneira que o amigo abnegado e fiel? Não seria isso o verdadeiro conteúdo de todas as relações humanas, esse altruísmo que não quer nada e não espera nada, absolutamente nada do outro? E quanto mais dá, menos espera em troca? E se entrega ao outro toda a confiança de uma juventude, toda a abnegação da idade viril e finalmente oferece a coisa mais preciosa que um ser humano pode proporcionar a outro ser humano, a sua confiança absoluta, cega e apaixonada, e depois se vê confrontado com o facto de o outro ser infiel e vil, tem direito de se ofender, de exigir vingança? E se se ofende e grita por vingança, era realmente amigo, o traído e abandonado?
[extraído de O Citador]
Sándor Márai, escritor húngaro

3 comentários:

Unknown disse...

Assunto delicado esse, os amigos que, mesmo possuindo um altíssimo valor para nós, são impossíveis de serem mernsurados e, por isso, tornam-se seres tão queridos e até indispensáveis, arrisco dizer.
Como gostar deles uniformemente se apresentam-se tão diferentes entre si??? Impossível!!! Gostamos porque sim, mas de formas distintas, nem mais, nem menos, sem categorias afetivas. Apenas gostamos e pronto!!!
Já fui preguiçoso, egoísta, acomodado e discrente com meus amigos. Quem nunca se comportou de maneira nada honrosa? Mas desleal, nunca!!!
Falhas e deslizes sempre existirão em qualquer relação humana e cabe a nós decidirmos como lidar com elas.
Espero que meus amigos, companheiros, camaradas, quase-irmãos ou qualquer outra denominação a eles atribuída compreendam meus erros e que estes sirvam para fortalecer a nossa amizade, como tenho tentado fazer, muitas vezes a duras penas, pois no final sei que valerá todo o esforço.
Obs: discordo do autor quando afirma que os namorados não esperam contrapartida do seres amados. É claro que sim, e nada mais justo nesse caso. "Melhor dar do que receber" fica muito bonito nas passagens bíblicas. Na vida real a situação é bem outra.

Anônimo disse...

Concordo com você Eli James (pessoa desconhecida e novata em nosso blog! Seja bem vindo!)
Agora, penso eu que muitas vezes, ao nos doarmos nas relações de amizade, acabamos sendo vítimas de interesses e a mágoa causada pela decepção é muito chato!
Sabemos que toda relação é passível decepções.
Não que eu não esteja aberto a novas relações com pessoas interessantes, mas tenho tido a cautela de primeiro observar bastante par poder me envolver.
A confiança num amigo precisa de "provas", de "horinhas de descuido" para percerbermos os pequenos detalhes que enobrecem um amigo e fazem dele um ser especial.
E isso, descobrimos nos amigos mais incomuns.
Os "colegas", por assim dizer, merecem também a mesma atenção porque nos ensinam por momentos. Sabe-se que ele não vão nos acompanhar por toda a vida, mas apesar disso, nos ajudam com as experiências em conjunto a sermos mais maduros e a viver!

Alberto Júnior

Luca disse...

Ai, gente!
Eu coloquei um texto naum de minha autoria, exatamente, pq, para mim, anda sendo mto difícil entender ou falar sobre amizades.
Como bem vcs disseram, estamos passíveis de decepções, de confundirmos os interesses intrínsecos, mas tenho uma coisa na cabeça: amizade naum se acaba por brigas, decepções...amizades se regeneram com elas! nunca se dá ponto final em uma!
Agora, para colegas sim! Eles são especiais por um momento!

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