sexta-feira, 22 de junho de 2007

A Fila do RU: uma forma de sociabilização




Em uma recente e nada inovadora estratégia c-Uspiana, utilizada pelo ilustre Diretório Central dos Estudantes da UFiiiiMA, seus integrantes ocuparam a reitoria da Federal local e só depois pensaram e fizeram suas honrosas reivindicações. Várias delas foram propagadas na fila do RUim, pelos alto-falantes, que alguns usavam sem se darem conta que fome dói e que ouvir zoada no horário do almoço é um castigo do inferno. Certamente, por ainda não terem material impresso disponível para expor aos fileiros de plantão as tais reivindicações. Mas não interessa! Interessa que, simplesmente, um dos carinhas (acho que também estava com o estômago roncando, coitado!) quis 'alimentar' uma espécie de indignação por parte dos fileiros e fez mais ou menos o seguinte discurso: "Somos estudantes e merecemos respeito. Quem aqui gosta de enfrentar essa fila quilométrica para entrar no Restaurante? Claro que ninguém! E, exatamente, por isso que estamos aqui, como representantes da classe estudantil para reivindicar o fim da fila do RU(...)."

Pronto! Naquela hora, minha mente aliada ao meu corpo cansado de tanto esperar em pé os ralados e toscos chegarem dos seus estágios longínquos e também ao meu estômago que estava para berrar mais alto que o grande-falante tiveram uma espécie de embaraçamento. Vou logo dizendo que a conclusão não surgiu na hora, mas aquilo tudo (sim, ele falou bem mais sobre a fila) ficou engavetadinho na minha cabeça.

Depois, já saciada, já equilibrada (se é que isto em algum momento é possível), já desembaralhada, pensei sozinha sobre o que ele tinha dito. Sim, sim, gente. Eu sou assim: às vezes pego qualquer coisa, que à primeira vista ou à primeira audição, é besteira pura e depois transformo em alguma reflexão. Aliás, você está rindo de quê? Certamente, muitas pessoas são assim, senão todas. Não é à toa que o inconsciente é acordado quando estamos dormindo e reaparece tudo o que vimos, mas não olhamos durante o dia. Enfim, voltando ao assunto... Comecei a pensar sobre o que seria dar um fim a uma fila! Ué?!? Tá que ninguém gosta de enfrentar filas, né, gente?!? Mas vem cá! A fila é uma dinâmica social, que propõe ordem. Ordem é algo que sempre almejamos, principalmente, nós brasileiros, que vivemos cotidianamente um caos social e politiqueiro e é a bendita ordem, que é evocada pela nossa bandeira.
Pois é! Mas o que o carinha do grande e alto-falante propôs foi dar fim a isso, por meio de um discurso bem tosco. Só que eu não entendia ainda é como ele propunha uma idiotice dessas. Então: "Hã? Como assim dar fim à fila do RUim?" Não que eu defenda a kilometragem da fila para os famintos universitários, no entanto, eu comecei a imaginar, a confusão que surgiria com o fim de fila. Imaginem só todos adentrando o RUim ao mesmo tempo, pegando as bandejas, esquecendo a bela pose de elite intelectual e se comportanto como porcos sobre outros porcos, para garantir a comida MARAVILHOSA!!! Isso é o mesmo que propor voltar a era das cavernas. Daí comecei a pensar o quão importante e necessária era a fila do RUim.

Pô! Na fila do RUim, podemos dizer que há sim uma ordem. Uma ordem social, de sociabilidade, do jeito 'brasileirinho de ser'. Que ela é quilômetrica nos dias de frango e feijoada e curtinha, curtinha nos dias de iscas e cozidão (eca!), todo frequentador do RUim sabe. E, assim como uma fila do pão, como uma fila do banco, como uma fila para emprego, ela é estressante pra cacete, pelo menos para quem tem trilhões de amigos no orkut e não consegue encontrar nenhum destes na bendita fila para reproduzir o tal jeitinho típico da nossa gente e acaba voltando lááááá pro final da fila, que às vezes pode chegar ao Núcleo de Esportes. Mas e quando você encontra aquele amigo (não do orkut, prioritariamente), que não vias há séculos ou, ainda, aquele amigo que trabalha lá mesmo na UFiiiiMA ou, simplesmente, aquele amigo que chegou cedo porque já imaginava o tamanhão da fila e agora pode te dar espaço? Éguas! É uma felicidade: "Olá! Você por aqui? Quanto tempo!" E a pessoa, para não ser mal-educada, acaba agindo como se não soubesse que você é um grande interesseiro, isso sim. Aí quando ele se dá conta do quão burro foi, já tem dezenove pessoas passando na frente dele (ô, épocas nostálgicas da rádiA...kkkk). O legal é que acaba, pela cara-dura mesmo, se conhecendo algumas pessoas, pelas quais você passa no corredor, encontra no Bambu ou vê na xerox e nunca troca uma palavrinha sequer... sociabilidade totaaaal, então, no RUim...

Admito! Fiquei com raiva do discursinho mal-construído pelo cara, afinal, na verdade, na verdade, o que ele queria dizer era que o RUim merecia ser cem por cento otimizado (nossa! acho essa palavra tão fofa e ele não a quis usar...). Contudo, eu não o perdôo por ter me feito pensar como seria triste a minha vida sem furar fila ou enfezar a cara quando a milhas de distância vejo que a fila ultrapassa até a resistência do meu corpo e como é legal ficar imaginando que o cardápio é igualzinho ao cardápio da amiga de Thati, que está morando na França e manda e-mail para ela dizendo que, por ter gente de todo o mundo na Universidade em que ela está, o menu é variado para se adequar aos diversos gostos e culturas, só pra fazer inveja à nossa Relações Públicas, que não perde a pose e elenca para a tal amiga a variedaaaade do nosso restaurante querido.

Nos últimos dias têm sido bem desanimador enfrentar a fila do Restaurante, pois parece que a recente entrada de calouros (que todo semestre acontece, óbvio) fez aumentar ainda mais a fila. Aliás, tem também os colunistas (secundaristas do COLUN), que agora deram para almoçar no RUim, só porque o frango mal assado é uma delícia e porque a mariola é o fruto de grandes disputas, assim como o suco de ameba. É! Temos novos agregados à fila e, por isso, tô começando a achar que concordo mesmo com o cara do grande alto-falante: VAMOS POR UM FIM À FILA DO RU! Ah, não! Tive uma idéia melhor: Viva a sociabilidade na fila, mas que tal impormos a hierarquia? =D

Luana Diniz

keokeoeoekoe

4 comentários:

Anônimo disse...

Um texto desestruturado como a escritora! Ela começa concordando em por fim à fila. Depois acha isso um absurdo e constrói uma série de argumentos para isso. Aí do nada, no final, ela já quer acabar com a fila de novo. E o pior é que não satisfeita com essa dualidade de desejos que não consegue resolver, ainda propõe uma terceira alternativa: a hierarquia!! Qual as bases para esta proposição? Que normas regeriam essa situação hierarquica? Em última instância, a Fila já não é uma instituição hierárquica, na medida em que ela as pessoas deveriam se organizar umas após outras pela ordem de chegada?
E quanto ao possível "comportar-se como porcos" se vcs passarem a observar, os universitários ao bebedouro já agem como porcos pela disputa das tetas da matriarca!!

Luca disse...

Hierarquia , meu caro Benalves (mala), não seria uma ORDEM de chegada, mas sim uma ORDEM de privilégios, correlacionados à IMPORTÂNCIA dos respectivos personagens naquela Instituição!
Proponho que a ORDEM da fila seja a seguinte:

1º Galera da RádiA (acompanhada pelos toscos e ralados);
2 º Gatinhos da UFMA (vai dar quase ninguém)
3º Os outros estudantes
4º Os técnicos da UFMA
5º Os amigos de Tiaguinho (do Bambis)
6º O povinho da ASCOM

Entendeu agora?

P.S.: Eu nem bebo mais água ali...SOU COCA-COLA!
ahsuhuahs

Polyana Amorim disse...

é amiga, texto bonito com figurainhas legais e palavras em ciaxa alta...a única coisa q li

hasuhaushaushaushau

Luca disse...

haushaushau

Poly, esse TEXTÍCULO tem apenas uma gravura...

e apenas umas quatro palavras em caixa alta...
agora, eu já entendi o porquê de tu naum desempacar de Doryan e nem de Recordações...preguiça de ler...ou, ainda, ocupação com TIMs da net...hen, hein...
TE CONHEÇO, JACARÉ!
CONHEÇO CARA DE TAMBOR QUE AMANHECE!


haushausahsuahuh

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