terça-feira, 1 de maio de 2007
O Ladrão de Meia Idade
Numa noite infeliz de quarta-feira, Alberto segue até sua casa no pacato bairro do Cohatrac. "Como as distâncias fazem sofrer e amargurar o coração", pensa ele. Chegar em casa sempre é um alívio. Ainda mais quando se passa praticamente uma hora viajando em um coletivo super-apertado. Em mais um dia de seu cotidiano infeliz, Alberto, enfim, chega em casa. Mas há um fato: a casa está fechada e escura. "Droga! porque a memória nos falha justamente na hora em que não queremos mais andar tanto?". Tinha esquecido que era aniversário de uma amiga da família e que precisava estar lá. Era por volta de dez da noite. Já no "bendito" aniversário, sua alma se aquieta e ele medita sobre a doçura do bolo confeitado na cor rosa e sobre o prazer que conforta: o prazer dos doces e de comer. Mas, sua alegria momentânea duraria menos do que esperava. Rony, um garoto branquelo que convive com ele chega esbaforido a festa e noticia: "Alberto, tem ladrão em casa!". Para não gerar maiores confusões e dissabores, Alberto liga pra casa e para o celular dos possíveis moradores - seus companheiros de lar - que poderiam estar em casa e solucionar a questão. Nada. "PORRA!". Ele tem que ir. Ao chegar em casa, acompanhado de Rony, o branquelo, não percebe nada de estranho ao entrar em casa. A sal continua na frente, os quartos nas laterais, a cozinha aos fundos... Mas e o quintal? O quintal aquele espaço tão desprezado estava preto de escuro! Sem luz, sem vida, sem som, sem cor. Alberto verifica a porta dos fundos (aquela que divide a cozinha do quintal em dois ambientes distintos) e percebe que está fechada. E que nela está um novo adereço: uma faca enfiada em sua fresta. "Mas como o faca vai parar na fresta da porta e ainda por cima com a ponta reluzente nos desafiando como se desdenhasse da sua falta de coragem? Estúpida, só serve pra cortar as coisas e os outros e ainda fica desdenhando... MAS QUE MERDA!" Era preciso averigüar o quintal escuro. E lá se vão os dois, Alberto e o branquelo, em busca de devendar o mistério da faca enfiada na porta. O acesso até o quintal é feito por um longo corredor que possui um portão de ferro como boas-vindas. Também lá tudo era escuro. Uma bicicleta sustentava o portão que estava apenas encostado. "Mas quem terá sido o idiota que deixou esta bicicleta assim, fechando o portão?". Porta vencida, quintal mais próximo. E com ele, a aflição no coração. O quintal realmente estava estranho. Todos os objetos que lhe fazem companhia estão em desalinho. Tudo fora de ordem. "PORRA!" alguém havia passado por ali. Ou estava ali e a escuridão o protegia. "CARALHO! POR QUE A GENTE É MEDROSO?! PORRA, POR QUE TEMOS QUE ENFRENTAR OS MEDOS? QUE MERDA, EU NÃO VOU ATRÁS DE LADRÃO P.N.!!!!!!" Com a certeza presumida da passagem do ladrão pela casa, os dois vão até os vizinhos alertá-los do fato. Vizinhos assustados e avisados, era preciso tomar uma atitude! - Rony branquelo vai chamar mamãe no aniversário e diga pra ela vir acompanhada de um policial! urgente!! - E, tu? vai fazer o quê? - Vou ficar trancado dentro de casa e esperar! - Então tá. Trancado em casa, Alberto prepara-se para o imprevisível. Quem estaria no quintal de sua casa? um drogado? um fugitivo? um penitenciário? um maluco? uma alma? um tim? fazer silêncio era necessário. E assim foi feito. Até o barulho se manifestar. "MERDA! TEM GENTE NO QUINTAL! QUE DROGA!! O QUE EU FAÇO?" Era preciso agir como nos filmes: ficar agachado, sem fazer barulho e esperar a faca do vilão vir até você e arrancar suas tripas. Mas antes, as vítimas correm, gritam, choram, telefonam, têm seu momento de agonia. Isso foi feito. Alberto liga para o celular de todos que estavam na festa e ninguém atende. Tensão. O coração acelera cada vez mais na expectativa da bala perfurando seus miolos. Mais ligações e nada. De repente, um barulho! PÁAAAAAAAAAAAAAAA! Que seria? o ladrão fugindo? atirando? um morto? era preciso verificar. E Alberto foi lá. Ao chegar no portão, avista o policial solicitado com a arma engatilhada. Cena Jack Bouer. "Calma, seo Jesus! Eu vou com o senhor!" (Jesus sempre salva!) Alberto e Jesus vão até o quintal. Os vizinhos esperam os acontecimentos. Os dois têm a tensão como companhia. A arma está pronta. O tempo pára por segundos. Alberto diz: - o ladrão está nos fundos, com certeza, eu o vi!". Uma voz se ouve do quintal. Era o ladrão. E o ladrão fala: "Alberto Júnior?!. "QUE MERDA! O LADRÃO SABE ATÉ MEU NOME!!!". "MAS ELE TEM A VOZ CONHECIDA... É CLARO! QUE PORRA!!". O clima esquenta e seo Jesus está pronto pra atirar. Mas que pena... este conto não terá sangue. A não ser da menstruação nos absorventes higiênicos das vizinhas em tensão. Deve ficar bem mais grosso... Enfim, o ladrão era o próprio dono da casa. O pai de Alberto. "MERDA!" Terminar um conto sem sangue, sem moral, sem vítima, sem aventura. Só com a frustração e a atenção redobrada sobre o perigo do ladrão de meia-idade! Fiquem alerta!
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2 comentários:
KKKKK
Rapaz, tu é hilário....essas coisas só acontecem contigo mesmo!
Teu pai também, heim??!!
Alberto, agora siiiiiiiiim!!!
gostei do layout
vou postar algo...
aguardem!
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